COMMELINACEAE

Dichorisandra nana Aona & M.C.E.Amaral

Como citar:

Lucas Moulton; Raquel Negrão. 2017. Dichorisandra nana (COMMELINACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

250,392 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Dichorisandra nana é apenas conhecida para a Região dos Lagos, na região costeira do estado do Rio de Janeiro, mais especificamente para os municípios de Armação de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e São Pedro da Aldeia (Aona-Pinheiro et al. 2014).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Lucas Moulton
Revisor: Raquel Negrão
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie caracterizada como erva terrícola, com distribuição restrita às Restingas e Florestas Estacionais da Região dos Lagos (Aona-Pinheiro et al., 2014). Possui EOO=219 km² e AOO=28 km², e está sujeita a quatro situações de ameaça. Encontra-se ameaçada principalmente pelo crescimento urbano e pela especulação imobiliária em curso na Região dos Lagos (Bohrer et al., 2015), que causam declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 2006
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Phytotaxa 184(4): 224 (2014).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não

População:

Número de subpopulações: range 5 /10

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: herb
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga, Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Clone: yes
Rebrotar: unkown
Detalhes: Ervas terrestres, eretas, caule não ramificado, crescendo em sub-bosque de floresta de transição ou de mata de restinga. Folhas espiraladas, congestas no ápice dos ramos, podendo ou não ter listras prateadas na face adaxial. Inflorescências terminais, pedunculadas, cincinos sub-sésseis. Flores zigomorfas, roxas a róseo-arroxeadas, 6 estames amarelos, voltados para o lado superior da flor, deiscentes por um poro apical. Frutos elipsoides, rugosos, verdes; arilo inconspícuo em material de herbário (Aona-Pinheiro et al., 2014).
Referências:
  1. Aona-Pinheiro, L.Y.S.; Bittrich, V. & Amaral, M.C.E. 2014. Two new species of Dichorisandra (Commelinaceae) from Rio de Janeiro and comments on the two species included in Vellozo's "Flora Fluminensis". Phytotaxa 184(4): 223-234.

Reprodução:

Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Mar~Dec)
Estratégia: unknown
Sistema sexual: andromonoecious
Sistema: unkown

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,occurrence past,present regional very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de, 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23.
  2. Davidovich, F., 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  3. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de, 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.
  4. Leme, E.M.C., 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,occurrence past,present regional high
O solo da região conhecida como Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio, onde está situada a Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, possui cerca de 41 % em estágio degradado, com predomínio para as pastagens para pecuária de corte em grandes propriedades (Bohrer et a., 2009).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de, 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23. Barbosa, K.C., 2003. Turismo em Armação dos Búzios (RJ, Brasil): percepções locais sobre os problemas da cidade e diretrizes prioritárias de apoio à gestão ambiental. Universidade Federal Fluminense. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de, 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
3.4 Ex-situ conservation on going
Espécie cultivada na coleção viva da UNICAMP (Aona-Pinheiro et al., 2014).
Referências:
  1. Aona-Pinheiro, L.Y.S.; Bittrich, V. & Amaral, M.C.E. 2014. Two new species of Dichorisandra (Commelinaceae) from Rio de Janeiro and comments on the two species included in Vellozo's "Flora Fluminensis". Phytotaxa 184(4): 223-234.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
Espécie cultivada na Região dos Lagos por horticultores amadores (Pellegrini, com. pess.).